Rafaela Manfrini de Oliveira é uma mulher trans, maquiadora, modelo e vive em Dublin, na Irlanda. Quando morava no Brasil, passou por intervenções cirúrgicas na testa, no nariz, no queixo e no pomo de adão. Ela conta que quando as fez sabia muito bem o que queira: suavizar os traços masculinos e, com isso, ter uma vida menos constrangedora.
Abaixo, ela conta sua história: “Essas cirurgias iriam mudar minha forma de lidar comigo mesma. Sabia que teria uma vida mais tranquila, enfrentando menos olhares desconfiados com minha aparência andrógena.
O resultado foi como imaginei e passei a me sentir mais confortável para frequentar lugares públicos, como restaurantes e até o banheiro feminino.
Antes, presumia que todos os olhares direcionados fossem por conta da minha aparência. Hoje, sei que atraio olhares por me considerarem interessante.
Sinto-me mais segura para entrar e sair de qualquer lugar, isso fez toda a diferença em diversas áreas da minha vida: profissional, amorosa e social.As interferências visam melhorar o seu olhar para si mesma.
Sentindo-se bem, naturalmente, o mundo entra em sintonia com você. Em relação à estética, não é mudar a aparência, mas suavizar os traços. Assim que fiz os procedimentos, ninguém percebia que havia feito plástica, mas diziam que eu estava diferente, com um olhar mais leve e doce.
Infelizmente, ainda existe muita desinformação a respeito da feminização. Muitas acreditam que é uma operação de grandes mudanças estéticas, mas ela não faz milagres e, sim, ajuda a trazer feminilidade. Nem sempre proporciona o que muitas trans buscam, que é a beleza estética.