O ex-presidente Jair Bolsonaro, do partido PL, afirmou que o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos aconteceu de forma obscura. Esse julgamento foi resultado de sua condenação por abuso de poder político e uso inadequado dos meios de comunicação, ao transmitir na TV Brasil uma reunião com embaixadores na qual informações falsas sobre o sistema eleitoral foram divulgadas. O discurso de Bolsonaro ocorreu após ele receber a medalha de comendador da cidade de Anápolis, em Goiás, e foi recebido com aclamação pela plateia que o chamava de “mito”.
Durante seu discurso, Bolsonaro criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o julgamento do TSE, afirmando que sua perseguição continua devido ao seu papel relevante na pátria. Ele negou ter cometido corrupção ou abuso de poder econômico, alegando que o sistema não deseja uma pessoa honesta na Presidência.
No julgamento que o tornou inelegível, o TSE considerou que Bolsonaro usou seu cargo para disseminar informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação, visando obter ganhos eleitorais, atacar o Tribunal Superior Eleitoral e fazer ameaças implícitas. O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, afirmou que houve desvio de finalidade, já que a reunião com os embaixadores foi usada para autopromoção de Bolsonaro como candidato e para atacar o sistema eleitoral.
Bolsonaro também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem se referiu como o “outro cara”, e mencionou algo inacreditável que aconteceu em outubro do ano passado, referindo-se à eleição de Lula.
O ex-presidente também mencionou que “deixou” Lula assumir a presidência, insinuando que não passaria a faixa presidencial para alguém com um passado questionável. Ele afirmou que se for da vontade de Deus, ele voltará à presidência, mas enquanto isso, contribuirá para a política brasileira.
Bolsonaro recebeu a comenda Gomes de Souza Ramos durante a cerimônia que celebrou os 116 anos de Anápolis, na qual outras 34 pessoas também foram homenageadas.