Deltan Dallagnol, o ex-procurador e ex-coordenador da Operação Lava Jato, defendeu-se das acusações de supostamente negociar secretamente com autoridades dos Estados Unidos para dividir as multas e penalidades cobradas da Petrobras devido a casos de corrupção. Conforme conversas reveladas pelo UOL, ele teria mantido comunicações com autoridades estadunidenses por três anos, utilizando o aplicativo Telegram. Essas conversas foram apreendidas pela Polícia Federal durante a Operação Spoofing, que investiga a ação de hackers responsáveis pelo vazamento das mensagens trocadas pelos membros da Lava Jato, conhecido como “Vaza Jato”.
Dallagnol enfatizou que tais trocas de mensagens foram inteiramente extraoficiais e que a Controladoria-Geral da União (CGU), órgão responsável por casos desse tipo, não esteve envolvida. Em resposta à denúncia, ele utilizou o Twitter nesta quinta-feira, 20, para se defender publicamente.
O ex-procurador argumentou que a confidencialidade das negociações de acordos foi mantida em prol do interesse público, visando proteger os interesses da investigação e a recuperação de ativos, bem como garantir a divulgação adequada de informações ao mercado, de acordo com a legislação das sociedades anônimas.
Deltan também rejeitou legitimidade às mensagens vazadas, alegando que os procuradores da Lava Jato não reconhecem sua autenticidade, pois teriam sido obtidas ilegalmente e utilizadas de forma ética questionável por diversos jornalistas. Ele destacou que tais jornalistas teriam divulgado distorcidamente atividades legítimas de funcionários públicos, negligenciando o contexto e ignorando a gravidade dos crimes contra direitos fundamentais cometidos pelos hackers.