O senador licenciado Marcos do Val (Podemos-ES) foi ouvido pela Polícia Federal em relação a um suposto plano, que teria sido discutido em uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado federal Daniel Silveira, com o objetivo de gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O depoimento teve duração de aproximadamente quatro horas, com o parlamentar comparecendo à sede da corporação em Brasília por volta das 13h e saindo do prédio pouco antes das 19h.
As investigações relacionadas ao caso tiveram início em 15 de junho, quando a Polícia Federal realizou busca e apreensão em endereços ligados a Marcos do Val e no Senado Federal, com autorização de Moraes. Na ocasião, foram apreendidos computadores, pen drives e telefone celular. Em fevereiro do mesmo ano, o senador divulgou um vídeo acusando Bolsonaro e Silveira de planejarem a reunião, ao final do mandato do ex-presidente, com o objetivo de envolvê-lo em um plano de golpe de Estado.
De acordo com a versão apresentada por Marcos do Val, Bolsonaro e Silveira pretendiam persuadi-lo a gravar Moraes e fazê-lo admitir que agiu parcialmente para incriminá-lo e, ao mesmo tempo, invalidar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Entretanto, o senador alterou suas declarações diversas vezes. Inicialmente, minimizou a participação do ex-presidente, afirmando que apenas Daniel Silveira propôs o golpe. Posteriormente, declarou que sua intenção era “manipular o noticiário”.
Na semana anterior, o ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal e, em entrevista à imprensa, negou qualquer envolvimento em tentativa de golpe de Estado, enfatizando que o nome de Alexandre de Moraes não foi mencionado na reunião com Marcos do Val.