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Chega às livrarias o maior livro de gastronomia!!

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A autora é Maria de Lourdes Chantre que desde 1979 encara como missão de vida a divulgação do maior número possível de receitas de várias ilhas deste arquipélago.

É conhecida como a pioneira dos livros de culinária de Cabo Verde. Nascida no Mindelo, ilha de São Vicente, a 11 de Outubro de 1929, conversa aos 93 anos com uma rara saúde sobre a sua quinta obra.

A entrevista acontece em Lisboa na sala da casa de infância e nas prateleiras repousam várias memórias e muitos livros. Saltam à vista as fotografias a sépia do pai e do marido, os seus maiores incentivadores.
Sete anos foi o tempo que a obra demorou a elaborar e ultrapassa as mil páginas de receitas, pinturas, poemas e fotografias.
“Tenho muitas saudades de São Vicente”

A voz de Lourdes Chantre é nostálgica quando perguntamos pela última ida à ilha. Foi em 2014 e por homenagem pública ao marido, Guilherme Chantre, que viria a falecer em 2020 com 98 anos.

A última vez em Cabo Verde serve para acrescentar, “foi um companheiro fenomenal”.

Enquanto começamos a sentir nas mãos o peso de 1100 páginas, percebemos que se confundem com a biografia da autora.

A ideia de fixar as receitas cabo-verdianas “foi o resultado dos encontros com amigos do meu marido lá em casa. Ele tinha um grupo, Os claridosos, e eu nessa altura nem confecionava pratos cabo-verdianos até que um deles lançou a proposta”.

Nunca fez da culinária uma profissão mas chegou a discutir a temática com Maria de Lourdes Modesto. O tema versava à volta, claro, da Cachupa.

Primeiro começou por fazer listas de pratos que pedia a mães de estudantes do liceu do Mindelo. Depois descobriu que eram muito criativas, essas mulheres. Além de virem de outras ilhas para a ilha de São Vicente por causa dos seus filhos, inventavam variados pratos com o pouco que tinham.

Os primeiros livros foram editados já como secretária numa empresa em Lisboa e uma filha pequena.

Lourdes Chantre nunca deixou de procurar receitas antigas de todo o arquipélago. Garante que no Fogo há as melhores sobremesas e que a sogra lhe ensinou a fazer os melhores cozinhados.

Um dia teve um agradecimento por escrito do presidente de Cabo verde Aristides Pereira pelo contributo identitário de afirmação nacional que as obras representavam.

Numa dessas noites de jantares oferecidos em casa, já em Oeiras, chegou a ter o jornalista Carlos Pinto Coelho e a mulher como convidados. Ainda se lembra: ” foi um caldo de camarão que ele repetiu e um pudim de café”.

“História, Tradição e novos Sabores da Cozinha de Cabo Verde” dá título ao seu quinto livro e tem a chancela da Rosa de Porcelana Editora.

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